Encarar coisas novas requer audácia, mas já parou para pensar no que essa coragem realmente implica? Deixe-me retroceder um pouco no tempo.
Recorda-se daquela primeira vez sobre duas rodas ou da sua primeira visita a um parque de diversões? Lembro-me bem. Eu devia ter uns 8 anos e estava na casa da minha avó.
Foi meu pai quem me deu as primeiras lições sobre pedalar, e no início, confesso, a tarefa se mostrou um tanto desafiadora.
O temor de cair e sofrer algum dano…
… me assombrava. Contudo, aos poucos, fui me habituando e, de repente, lá estava eu, deslizando solitário pela rua. A sensação era incrível. Eu me sentia livre.
Era como se todo o universo estivesse ao meu alcance, com o coração batendo forte, a incerteza do desconhecido, e, ainda assim, a pulsante vontade de seguir em frente.
Assim como nessas vivências, a audácia muitas vezes se revela nos pequenos atos que desafiam nossos próprios limites, como vencer o medo.
Ao enfrentarmos o novo, uma onda de adrenalina…
… nos envolve. O medo se insinua como uma sombra, lançando dúvidas sobre nossa habilidade de lidar com o desconhecido. Nessas horas, não há outra escolha, senão ser corajoso.
No entanto, todas essas vivências compartilham uma característica: todas elas demandam um certo nível de audácia.
A audácia é a habilidade de encarar o medo e vencer desafios. Pode ser vista como a determinação que nos motiva a continuar, mesmo quando tudo parece estar contra nós.
Mas, afinal, de onde vem a audácia?
Ela é algo com que nascemos com ou é adquirida ao longo da vida? A resposta é: um pouco de cada. É verdade que algumas pessoas parecem ter uma predisposição natural para a audácia.
São aquelas que, desde pequenas, encaram desafios sem medo. Mas, mesmo essas pessoas precisam cultivar e exercitar esse comportamento para que ele se desenvolva plenamente.
Isso ocorre porque a falta de audácia geralmente se desenvolve a partir de experiências com o fracasso ou do enfrentamento do medo.
É algo que pode ser exercitado, assim como um músculo
Quanto mais nos desafiamos, mais coragem desenvolvemos, é como se estivéssemos caminhando em direção a ela.
No vídeo “Superação: Para lidar com os desafios da vida é preciso mudar“, o palestrante Marcos Rossi enfatiza a importância de se desafiar regularmente como meio de desenvolver a coragem.
Compartilhando sua história pessoal, ele argumenta que atingir esse objetivo é uma decisão individual, não algo imposto externamente.
Essa questão, é claro, nos leva a uma história…
Uma fábula sobre um jovem chamado Albert. Albert, que vivia em um pequeno povoado onde, de acordo com a tradição local, os jovens eram convocados a ir além dos limites da aldeia para a prática da caça.
Albert, curioso, ansiava por explorar o interior da floresta, onde velhos anciãos falavam de criaturas místicas e terras inexploradas.
No entanto, o medo que o assolava era palpável. Ele questionava-se sobre os perigos que poderiam surgir. Afinal, era um caminho desconhecido; e, bom, o desconhecido costuma trazer surpresas desagradáveis.
Um dia, deparou-se com um ancião sábio…
… à entrada da floresta e, cheio de dúvidas, perguntou-lhe sobre como vencer o medo e seguir em frente.
Na penumbra da velha mata, o sábio, com rugas esculpidas pela passagem dos anos, ergueu os olhos de seu livro empoeirado e pronunciou com a serenidade dos que acumularam conhecimento ao longo de eras:
“Jovem, compreenda que a audácia não é mera ausência de temor, mas a chama intrépida que arde dentro da alma, alimentada pela inabalável determinação de avançar, mesmo quando as sombras do medo dançam ao nosso redor”.
O jovem aprendiz ansiava por respostas
“Mas como alcançar tal audácia, sábio mestre?”. O sábio sorriu, um sorriso que trazia consigo as narrativas de inúmeras batalhas internas, e replicou:
“Na jornada da vida, meu jovem, a audácia é forjada na fornalha dos desafios, e cada passo adiante, mesmo quando o coração pulsa inquieto, é um tributo à nossa determinação de transcender o medo e abraçar o desconhecido”.
Enquanto adentrava à floresta, Albert notava que os sussurros das árvores e as histórias dos riachos eram, na verdade, um convite para uma missão de inegável importância.
Qual era o destino de Albert?
Numa clareira mágica, Albert deparou-se com uma árvore imponente, cujas raízes entrelaçavam-se formando um emaranhado de mistérios.
A árvore, uma frondosa Angelim vermelha, revelou a verdade oculta: Albert era o designado, destinado a resguardar a floresta contra as forças malévolas que pairavam, ameaçando despedaçar a harmonia daquele recanto.
Tomado pelo susto, Albert exclamou: “Bem, minha ideia era só sair para caçar e garantir o sustento da minha aldeia! ”.
“Eu não sei se consigo fazer isso. E se não der certo?”
A melodia suave da árvore, transportada pela brisa que balançava seus galhos, replicou: “Albert, ser corajoso vai além de superar teus medos; é encarar desafios que ultrapassam o teu próprio eu.
Cada passo que destes na floresta foi uma demonstração do teu potencial”.
A audácia, conforme ilustrado, é uma habilidade que podemos cultivar, assim como vemos no exemplo do nosso amigo Albert ou de um condutor que tem receio de dirigir na estrada.
E, para desenvolver a audácia,…
… o caminho se desenha em um percurso delineado por etapas cuidadosamente traçadas. Aqui, tudo começa em confrontar seus medos, pois ao fazê-lo, você percebe que eles não são tão intimidadores quanto pareciam inicialmente.
Os medos, que antes pareciam imponentes e ameaçadores, perdem sua força diante da audácia que surge do seu interior.
Ter um objetivo claro também é importante, pois, ter um propósito definido motiva você a enfrentar esses receios. Na clareza desse propósito, a coragem encontra um terreno fértil para se desenvolver.
Então, quais são as barreiras que te separam dos seus sonhos?
Talvez, assim como Albert, seja necessário abraçar o medo e canalizá-lo em energia positiva. Agir como alguém corajoso não te livrará de obstáculos, mas é nessa jornada que descobrimos verdadeiramente o quão forte somos.
Neste momento, pense em algo que deseja realizar, algo que talvez o medo esteja adiando. E agora, pergunte-se: “E se eu encarasse esse desafio com audácia?”. Ao fim do exercício, você sentirá uma paz interna.
Mas isso não ocorre como num passe de mágica; é resultado da exploração cuidadosa das suas emoções, ancorando-se no presente e reunindo a coragem necessária para seguir em frente.
Muitas das veses o medo são crenças limitantes que vem de correções de nossos pais, em forma de gritos !
Eu venci o medo !
Muito bom, precisamos vencer o medo todos os dias…