Este encontro com a Fada, tratou da Coragem de amar

Quando ela chegou, o sol estava começando a nascer, pois ainda não eram seis da manhã. Apareceu de repente na varanda de meu quarto e sem fazer introdução.

– Vamos continuar de onde paramos. Para você entrar na sua Aventura de Vida, vou te ajudar a resgatar a Coragem para Amar. Deite-se na borda de sua cama. Relaxe.

Ela pôs a palma da mão no centro de meu peito. Alguns segundos depois, disse: “Logo a Consciência do Eterno vai lhe mostrar a dor que você teme. Pode ficar tranquilo, pois você estará fora da cena”.

Por isso, você não vai sofrer como sofreu ao amar no passado

– Além disso, você será conduzido pela sua Consciência do Eterno. Também por isso, não vai sentir nenhuma Emoção Insuportável. Apenas testemunhe o que vê e o que sente.

Eu estava realmente relaxado e sentindo paz, pois ela me despertava confiança. Mas logo me vi em um teleférico, em Campos do Jordão. Hoje, eu não sinto mais o medo que tinha naquela época.

– Estava no alto e tenso, escutando Augusto, amigo da turma do T’ai Chi Chuan. Ele dizia, fazendo chacota de mim: “Relaxa, Vitor, solta o corpo, olha para o Sol”.

Demorei longos segundos, até relaxar os maxilares

Apenas consegui dizer: “Quando descer vou te dar uma porrada! ” Mas ele não parava de rir. Minha sensação é que minha cabeça queria entrar no meu tronco, como uma tartaruga.

Eu não sabia na ocasião, mas logo atrás da cadeira dele (naquela época era cadeira, hoje é cabine), vinha uma moça da minha idade que gritou para ele parar.

Ao descer, gritei “Consegui! ” Augusto havia me desafiado a fazer a travessia no teleférico. Logo a moça se aproximou e, preocupada, perguntou se eu estava bem.

Agora, estou. Mas meu lugar é com os pés no chão.

E, ao perceber a beleza e o jeito terno dela, disse: “Mas eu atravessaria tudo outra vez, se soubesse que ia encontrar você aqui”. Ela ri um pouco desconcertada e dá a mão para um menino.

Era seu irmão, que atravessou o percurso sem medo. Fomos caminhando e ela perguntou se foi a primeira vez.
“Foi. Mas só atravessei porque aquele cara me desafiou. Tenho medo de altura. ”

Percebi que logo acabaria a rampa que estávamos subindo e que ela poderia seguir por outro caminho. Então, perguntei seu nome. “Pratyahara” – disse.

Foi a primeira vez que ouvi esse nome…

– É bonito. Ela sorriu, mas já devia estar acostumada também com esse elogio. Meu coração estava batendo como há alguns minutos, pois eu temia não a encontrar depois.

– Você veio passar o fim de semana, aqui? – Perguntei com o coração mais acelerado, ainda. E me tranquilizei mais, quando ela disse que veio passar o mês inteiro, com os pais.

“É agora ou nunca! ” Isso foi o que pensei. Então, disse que vim passar só o fim de semana. E logo arrematei… nós vamos assistir o show amanhã. Quer vir com a gente?

Mas aconteceu algo com ela que só vim a saber depois

Ela também estava ansiosa, para que esta não fosse a última vez que nos víssemos.

Neste momento, sentada em um pequeno pufe ao lado de minha cama, a Fada deve ter percebido alteração nas batidas de meu coração.

Ela massageou o centro do meu peito com suavidade e disse para eu continuar acompanhando as cenas que a minha Consciência do Eterno passava pelo meu coração.

Então, vi o mar calmo, parecendo uma lagoa, em Paraty

Pratyahara estava comigo no barco, chegando a uma pequena ilha. O sol parecia se refletir nos seus ombros e na lateral de seus cabelos castanhos. Para trás, a cidade de Paraty, …

… a igreja e o hotel em que ela está hospedada com seus pais e seu irmão Félix. O barulho das pequenas ondas à margem da ilha, a vastidão do mar pela frente e o olhar terno de Pratyahara era tudo o que eu queria.

O que não se podia ver da cidade eram esses dois adolescentes enamorados, de mãos dadas, passeando pela areia quase branca da ilhota. Um belo cenário para aprender a amar.

Essa era a primeira oportunidade de viver o que sentíamos

Aqui e ali, parávamos, acariciávamos o rosto um do outro, olhávamos nos olhos, beijávamos a boca. E, por dentro, a satisfação de amar, a plenitude, a felicidade e o coração batendo.

– Será que um dia meus pais conseguiram se amar como nós? Será que sentiram o que sentimos um pelo outro? – Perguntou, abraçada, olhando em meus olhos.

– Talvez Praty. Mas depois eles devem ter esquecido de amar. Talvez não tivessem percebido a importância do que nós sentimos um pelo outro.

O abraço que demos fez o tempo parar

Quanta ternura senti com nossos corpos entrelaçados! Cheirando e beijando seu rosto, acariciando seu corpo lindo. Voltamos a caminhar abraçados.

É uma trilha de areia clara por entre a vegetação. Do outro lado da ilha, paramos em uma praia com vista para o oceano. O coração disparado, a ternura e o desejo sensual tomam conta de nós.

Pratyahara beija meu rosto, eu cheiro seus cabelos fininhos perto de sua orelha, o seu pescoço, os seus seios, o seu abdômen, acaricio seu corpo, beijo seu corpo…

Eu acaricio e inspiro a sua essência

O meu desejo é dela inteira, de nos fundir no êxtase da união. Nada existe neste momento senão o transe ondulante do prazer e da fusão do corpo e da alma.

O tempo volta a passar, embora lentamente. Abraçados e deitados na areia, podemos ver a imensidão do oceano e o horizonte. Fazendo companhia, estavam o vento, o mar, o presente e a eternidade.

E, com doçura na voz, ela diz: “Nós aprendemos a amar juntos. Acho que meus pais não aprenderam a amar”.

E logo o sol começaria a se por

Então, voltamos ao continente e devolvemos o barco ao homem que o alugou. Andamos de mãos dadas, até as proximidades do hotel em que ela estava com os pais.

O que eu só soube depois foi que havia um senhor de óculos observando de longe e que fora falar com o dono do barco. Era, Zaffi, pai de Pratyahara.

Eu me recordei disso e minha respiração alterada foi observada pela Fada. Ela, então, volta a massagear suavemente o centro de meu peito.

Deixe que sua Consciência do Eterno o faça recordar

– Não precisa temer o que vai sentir, você não é mais aquele adolescente. É esse temor de sentir a Emoção Insuportável que um dia sentiu, o que afetou a sua Coragem de amar e de viver.

De repente, recordo-me da música do Lulu Santos…
“Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa, tudo sempre passará…

Senti saudade dela, depois de muitos anos. Mas, ao mesmo tempo, entendi que a minha Consciência do Eterno estava me mostrando que a dor que eu poderia vir a sentir, também não seria igual.

Então, voltei a ver as cenas do que aconteceu, depois

Na minha casa, fiz uma festinha, um encontro com os amigos do T’ai Chi. Não tinha bebida alcóolica nem drogas. Só sucos, frutas, castanhas e queijo. Nós tomamos vinho, apenas na viagem.

A sala estava cheia de moças e rapazes, e tinha música. Estava alegre e Pratyahara e eu estávamos de pé no corredor que dá passagem para a copa.

Estávamos nos abraçando, com o rosto colado e só nós ouvíamos o que estávamos sussurrando um para o outro: eu te amo e vou te amar por toda vida.

Tive que me separar dela bruscamente

Porque percebi um estranho caminhando rapidamente em direção à copa. Quem é esse cara? – Perguntei.
Mas logo entendi o que era. – Aqui está o bagulho! Disse ele alto.

Na copa, o desconhecido apontou para uma bandeja com castanhas, e falou para os policiais: “Está atrás da bandeja”. Com certeza era uma encenação, eu só não sabia com que propósito.

Naquela ocasião, eu não sabia que era um falso flagrante contratado por Zaffi, pai de Pratyahara. Ele queria nos afastar de qualquer jeito. No fundo, o motivo era um só. Ele não sabia amar.

Eu iria ser processado por posse de droga em casa

O próprio detetive contratado por Zaffi e que preparou a armadilha, propôs um acordo com meus pais. Eu ficaria livre do processo e da prisão, desde que não voltasse à São Paulo, por 1 ano.

Meus pais sabiam que a maconha não era minha, mas acreditavam que podia ser de algum convidado. Concordaram em eu morar fora de São Paulo por um ano.

Eu passei um ano em Monte Verde, sem poder viajar para São Paulo nem procurar por Pratyahara. Anos mais tarde, soube que ela fora obrigada a fazer um curso, fora do Brasil.

Nunca mais encontrei Pratyahara

A Fada observou não só alterações em minha respiração. Percebeu lágrimas em meus olhos. Novamente, pôs sua mão no centro de meu peito.

– Pergunte à sua Consciência do Eterno qual a cena de sua vida em que você não aguentou mais a Emoção Insuportável de dor que sentia e fechou seu coração.

– Em poucos segundos, eu me vi em um dia, uns três meses depois que voltei a São Paulo. Durante esse tempo, tentei de tudo para localizá-la. Neste dia, apelei para uma amiga.

Ela se identificou como amiga da Pratyahara

E a mãe de Pratyahara disse que ela estava em Paris, por tempo indeterminado. E, ao escutar essa resposta, senti o sabor amargo da desistência. Não aguentei mais a frustração de não a encontrar.

Com uma enorme tristeza, disse: “Eu sempre vou te amar”. Mas fechei meu coração com Pratyahara dentro, viva, respirando.

Então, a Fada disse: “Até esse momento, seu poder era dirigido pela vontade de amar Pratyahara. A partir daí, cedeu o comando para a vontade de não sofrer a dor de frustração e perda”.

– O que fizemos, até agora, foi para este momento

– Dirija-se diretamente à sua Consciência do Eterno. Pergunte em que parte de seu corpo aderiu a energia daquela Emoção Insuportável da desistência de Pratyahara.

– Alguns segundos depois de perguntar, senti tristeza e uma sensação na parte da frente do pescoço, onde ele começa.

– Segundos depois, a Fada disse: “Pergunte a essa parte de seu corpo, qual é cor da luz necessária para dissolver a aderência daquela Emoção Insuportável de desistência”.

Era a cor do luar

– Peça a sua Consciência do Eterno que atravesse essa parte de seu pescoço com a luz da cor do luar e dissolva a energia dessa dor da desistência aderida aí.

Segundos depois, acabou aquela sensação no pescoço. Em seguida, ela me disse para pedir que a Consciência do Eterno me mostrasse uma frase ou imagem.

– Peça que essa frase ou imagem te mostre o que a dissolução da energia dessa emoção de desistência e dor mudará em sua vida.

Eu não vi nem ouvi nada, apenas recebi uma frase

“À noite, as estrelas mostram o quanto o mundo é maior do que os problemas humanos. Durante o dia, eu mostro a importância de vocês fazerem o sonho que os anima brilhar no centro de suas vidas”.

Eu fui tomado por uma alegria íntima e por um sentimento de que “está tudo certo no Universo”. Era uma sensação de alívio e de convalescença. Mas não do corpo, uma convalescença emocional.

Eu não queria escutar nem mesmo as músicas que me despertam sentimentos positivos intensos. Queria a suavidade do vento, os sons da Natureza e o cheiro das plantas.

Ao abrir os olhos, vi a Fada com um sorriso no olhar

– E agora, Fada? Perguntei como quem acorda de um sono bom.

– Agora, tanto seu corpo quanto seu emocional precisam que você não exija deles. Eles estão consolidando sua transformação e você precisa dedicar este dia a isso.

– Você está livre para amar sem sofrer.  Logo nos veremos!

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Sem a Memória do Coração, não haveria Encanto

E, sem Encanto, não haveria amor nem Linguagem do Amor. A existência de um cérebro no coração e da Memória do Coração foram mostradas por um Neuropsicólogo.

Depois que o Dr. Paul Pearsall publicou The Heart’s Code, mostrando a transferência de memórias dos doadores de coração para os receptores, ficou aceito que o coração tem cérebro e memória.

O Encanto e a Linguagem do Amor existem. E a ciência está seguindo seus passos, talvez para descobrir algo que nos torne mais felizes. E eu conheci a maior especialista nesses assuntos.

Eu gravei nossa conversa e vou transmitir aqui

Essa foi a segunda vez que a encontrei. Desta vez, foi na varanda de meu quarto. Eu estava de manhã cedo olhando a paisagem e apreciando as colinas distantes, onde o sol começara a clarear.

Não vou perguntar se você acredita em fadas, afinal, você é adulto. Mas se quiser acreditar, leia o artigo que escrevi, após meu primeiro encontro com ela.

Vou considerar que você já tem conhecimento de que pelo menos uma fada existe, essa que encontrei. E mais, ela tem sabedoria e conhece coisas que a maioria de nós não conhece.

Quase me transportei para um Mundo Encantado, …

… só de me imaginar naquelas colinas da foto acima. E foi nesse momento que ela surgiu. De repente, como na vez passada. Olhei para seu rosto e, mesmo não sendo humana, apreciei suas proporções.

Ainda calada, se aproximou do guarda-corpo de madeira da varanda, onde eu estava recostado. Eu me adiantei e disse: Então, nossa relação tem futuro…

– Sim, agora já é o começo do futuro. Nossa relação tem um futuro e tem uma razão de ser, tem uma função.

Eu fiquei matutando sobre essa “função”

E é a segunda vez que ela fala isso.
– E qual é essa função, Fada.
– Tudo tem seu tempo. Quando sua coragem for suficiente, você vai saber.

– A sua linguagem é um tanto diferente, tem simbolismos e mistérios. Por quê?
– Minha linguagem não é simbólica nem tem mistério.

– A minha linguagem é a original dos humanos, a Linguagem do Amor. Vocês já a utilizaram. A linguagem dos humanos se deteriorou, como sua visão e seu jeito de viver.

Mas por que você não usa a nossa linguagem, Fada?

Assim, mais pessoas poderiam compreender você.

– Se eu usasse, não poderia me referir às coisas tal como são. Usar essa linguagem “sem raiz no coração” é usar símbolos dissecados de vida. Servem para a mente, mas não para o coração.

– Que adiantaria mais pessoas me entenderem, se eu não falasse da realidade e da vida tal como são? Além do mais, não faz parte da minha espécie conseguir falar a atual linguagem de vocês.

– Mas por que não, Fada?

– Isso faz parte da Linha de Evolução a que pertenço. Do mesmo modo, que não existe a possibilidade de eu ser infeliz. Estou “fadada” a ser feliz. Já com vocês é diferente.

Vocês humanos precisam aprender algo para evoluir. Precisam aprender a escolher o Caminho do Coração. E para haver escolha, é necessário existir mais de um caminho.

– Com vocês, a Rainha foi usada para o surgimento dos outros caminhos, que nós chamamos de “Caminhos Para Lugar Nenhum”. No entanto, a escolha é de vocês.

Mas… e por que não se acredita que vocês existem?

-Porque quando vocês foram levados pela Rainha a deixar o caminho e a Linguagem do Amor, eu deixei de ser escutada. Então, foi fácil ela executar seu plano.

– Com essa jogada, conseguiu duas vitórias. Ela escondeu as fadas atrás dos Contos de Fadas e veio junto. Vocês pararam de acreditar em nossa existência. Essa foi a primeira vitória.

– Depois, vindo junto, ela saiu do campo de visão dos humanos. Assim, vocês não sabem quem escolhe “suas escolhas”. Ela cuidou para que não existissem “Contos de Rainha”.

Mas a Rainha deixou “pontas soltas”

– Por isso, estamos voltando. O seu plano não deu nó em tudo e a nossa tarefa é ajudá-los a desatar os nós que ela deu. E, para isso, estimulamos vocês a recuperarem a Linguagem do Amor.

– Mas, Fada, como que a Linguagem do Amor pode fazer uma alteração tão grande na humanidade?

– Sua dúvida no poder da Linguagem do Amor e no poder do amor faz parte do seu jeito de ver a realidade e a vida. E essa Visão de Mundo você adquiriu ao perder a Linguagem do Amor e seguir os “Caminhos Para Lugar Nenhum”.

Não sei por que suas palavras doeram e…

…. me comoveram. Não sei se foram só as palavras da Fada o que me despertou esse sentimento ou se foi como ela disse. O sentimento de amor que ela sentiu ao falar tocou meu coração.

Uma lágrima caiu, não por uma dor que me atormentou, mas que me comoveu. Com sua Linguagem do Amor, eu não me defendi e senti a dor de alguma escolha que fiz…

Uma escolha de quando não sei, mas de algum passado longínquo. Eu não consegui parar os movimentos espasmódicos que a musculatura perto de meu plexo solar fazia, enquanto soluçava.

Eu sabia que o que sentia não me ameaçava em nada

Logo após pararem os espasmos do abdômen e de finalizarem as pulsões da emoção que viera à tona, percebi o quanto foi sutil o seu poder de tocar meu coração.

Parecendo saber disso, ela disse: “O meu amor e a Linguagem do Amor facilitaram que você tivesse a Coragem de escutar e sentir seu próprio coração”.

Com isso, Vitor, você começou a aprender o que é a Coragem. E você vai perceber o quanto é fácil deixar isso acontecer, sem nada ter que fazer.

Foi a primeira vez que ela me chamou pelo nome

Parece que o meu Ato de Coragem a fez ter essa aproximação comigo. Pelo jeito, a verdadeira coragem é contagiante, tal qual o amor e a Linguagem do Amor.

– Fada…  Agora, eu já sei o que é a Linguagem do Amor, mas ainda dependo de conceitos para saber que sei o que sei. Então, o que é a Linguagem do Amor?

– É uma linguagem en-cantada, uma linguagem que tem Raiz no Coração.

Em minha ânsia pelos conceitos, fiz mais uma pergunta

– Mas e o que é “linguagem en-cantada”, perguntei separando a primeira sílaba, como ela fez.

– Eu vou te responder, embora só seu coração possa te dar a satisfação de se sentir conhecedor de algo. Pois a tua mente é como um tigre voraz, correndo atrás de sua presa, para talvez alcançá-la.

– Eu vivo em Encantadus que, de fato, é um mundo encantado. E minha vida é “en-cantada”, porque vivo no mesmo “canto”, na mesma “canção” do mundo, na mesma frequência do Universo.

E a vida de vocês, também era encantada

– Vocês dançavam conforme a Canção do Universo. E houve algo, como uma Queda do Paraíso, que alterou o canto, a canção, a frequência vibracional das emoções de vocês.

Alterou também as sensações e o próprio jeito de perceber o mundo. Raramente um humano percebe e sente o Encanto que há no mundo, que há nas pessoas e nos momentos vividos.

Algumas pessoas conseguem encontrar o encanto, em uma relação de amor, quando se apaixonam. Ou quando convivem com animais ou crianças, que vivem em um mundo encantado.

Muitas crianças vivem em um mundo encantado

Brincam e correm sem perceber o tempo passar, pois estão como um planeta que segue a própria órbita, dirigidas em seu movimento pela Canção do Universo.

Mas quase todas, um dia, caem no paraíso. E não é por causa do Mundo Real. É por causa do que acontece em seu mundo emocional, em sua vida nesta realidade. 

– Por sentirem uma Emoção Insuportável – completei.
– Sim – disse ela – você dedicou muitos anos para traçar o caminho que vai de uma Emoção Insuportável até a saída do Encanto da vida.

Conforme sua descoberta…

– … quando um humano sente uma emoção que abaixa de forma insuportável a sua frequência vibracional, ele sofre uma Queda do Paraíso.

A frequência vibracional de suas emoções cai. A sua percepção e o seu emocional se empobrecem.

Ela não consegue ficar em estado de encantamento por muito tempo. Ao se apaixonar, o encanto que vive tem os dias contados.

Você não fez essa descoberta sozinho

– Porque você descobriu algo que é da nossa área. Você descobriu como trazer de volta um humano ao Mundo Real. E o Mundo Real é o Mundo Encantado, que tem Encanto.

– O Mundo Real não é a Realidade que vocês vivem. O Mundo Real tem Encanto. John Lennon apontou para o Mundo Real, na música “Beautiful Boy”…

“A vida é o que acontece com você
Enquanto você está ocupado fazendo outros planos”.

A Realidade de vocês é um mundo paralelo

– O Mundo Real acontece dentro de um rio, o rio da vida. E a Realidade de vocês é um mundo paralelo que existe à margem desse rio. O Caminho da Liberdade é se tornar anfíbio.

– Por caminhar à margem do rio da vida e mergulhar nele sem se afogar nem enlouquecer. Por mergulhar no Estado de Encantamento e acessar o Mundo Real, onde sua “Vida Acontece”, como disse “o John” (Lennon).

– Há pessoas que fantasiam uma vida melhor, que pode se encontrar dentro do rio, mas nada fazem para caminhar bem na margem desse rio da vida.

Há pessoas que são Realistas, só caminham…

… à margem do rio. Sem elas, seria difícil o mundo ficar de pé. Elas são guardiões da Realidade de vocês. São como bibliotecários que mantêm organizadas as descobertas e as criações de outros.

E há os Realizadores, que se deslocam bem como os anfíbios, à margem e dentro do Rio da Vida. São Sonhadores Competentes. Buscam inspiração no rio para aquilo que vão criar na margem.

Sem os Realistas, o seu mundo não fica de pé. Mas, sem os Realizadores, o seu mundo não anda para frente.

Eu estava de boca aberta, perplexo com tais revelações

Mas, depois, ao escutar a gravação de nossa conversa, percebi que até aqui, ela só havia preparado a bola para dar seu saque. O saque viria a seguir.

E no meu mundo, Encantadus, estamos nós, as fadas. Nós somos aquelas que inspiram os aspirantes a Sonhadores Competentes, a Realizadores. E os ajudamos a resgatar a Linguagem do Amor.

E é aí que se encontra a função e a razão de nossa relação. A nossa relação não tem só futuro, tem também passado. Já estive com você, observando-o e inspirando-o.

As fadas não transferem conteúdo da própria mente

– Nossa forma de inspirar é com o coração. Com nosso coração, elevamos a frequência vibracional de seu emocional. Você se eleva e chega à altura do que quer descobrir.

– Na praia do Camburi, em 31 de dezembro de 1979, eu estive presente atuando para você acessar o Estado de Encantamento ou de Êxtase. Você não percebeu minha presença.

– Mas percebeu a recepção do que você chamou de “pacotes de energia e informações”. Você percebeu que, logo antes de sacar algo, se arrepiava em ondas de êxtase.

Nestes momentos, eu estava “acelerando“

Era para você acessar frequências mais e mais elevadas. E esse foi o começo da abertura da sua percepção para a Consciência do Eterno e para o resgate da Linguagem do Amor.

E, agora, chegou o momento de você entrar totalmente na Aventura de sua Vida, se assim você o quiser. Você vai precisar da Coragem que desenvolveu e da que vou te ajudar a desenvolver.

– Mas, Fada, que aventura é essa? Não é tipo Indiana Jones, é? Então, ela entrou no meu quarto e saiu pela porta que dá para dentro da casa. Ao chegar lá, ela já tinha sumido.

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Ao chegar, testamos nossa coragem na Pedra do Baú

É muito bela a visão do alto, a mais de 1700 m, vendo o pôr do sol. Lá no alto, tem um círculo de pedras antes de uma trilha estreita, onde as pessoas se sentam, algumas com medo.

No dia seguinte, quis ver o pôr do sol em uma colina mais afastada que eu conhecia. Como só eu queria ir, fui sozinho. Dessa colina não se vê casas, fios de eletricidade nem mesmo teleférico.

Tem que descer do carro e andar a pé por uma vegetação cerrada, com árvores e arbustos. O cheiro é muito gostoso e a vegetação não deixa passar ruídos.

Sentado, eu estava encantado com tanta beleza

Era uma pedra bem grande e arredondada e, à frente, pura natureza, com o sol a instantes de se pôr. Atrás uma barreira semicircular de árvores e arbustos, separando-me do resto do mundo.

Eu estava com meus pensamentos no automático, dirigidos pelo que eu sentia, imerso naquela beleza infinita. Pensava se existe mesmo uma partícula mínima de tempo suficiente para caber um momento.

E pensei que, no pôr do sol, nesse mínimo intervalo de tempo, a fina membrana que separa o nosso mundo de algum mundo encantado possa vir a se romper.

E foi nesse momento que a Fada apareceu

Quando ela apareceu, não me assustei. Parecia apenas uma moça bonita, dessas que em vez de assustar, encantam. Nos traços de seu rosto vi a proporção áurea entre seus traços.

Aquela que os gregos da Grécia Antiga identificavam com a beleza. Nem imaginei que podia temer nada pela sua chegada. Não tive noção do perigo que essa Fada traria para minhas crenças.

Diferente de você que, logo no início deste artigo foi advertido, eu até quis puxar conversa com ela e convidá-la para sentar naquela pedra redonda enorme, que já era minha. 

Mas ela se adiantou e, sem dizer “oi”, disparou:

Está saindo uma fagulha de luz de seu umbigo. E esta frase dita por aquela moça de traços angelicais me irrompeu uma gargalhada explosiva como espirros bem gostosos.

Sem perceber que era uma fada, pensei: Como é que essa criatura tão bela, sem me conhecer, chega e diz algo que qualquer pessoa normal acharia coisa de louco?

E ela ainda completou… “E está formando um circuito com o Universo”. Este foi o meu primeiro contato com o jeito de ser de uma fada. Como disse, quando criança, não acreditava em fada.

As fadas são fadadas a serem como são

Não dão muito valor à Introdução de uma comunicação. Já começam pelo assunto principal. E, apesar de ter um pequeno e comedido sorriso nos lábios e nos olhos, não são de dar gargalhadas.

Você se encontra em Estado de Encantamento, disse. Eu respondi que estava encantado era por ela. E ela sorriu um sorriso mínimo, elevando os dois cantos da boca e respondeu…

Eu não sou o que você está pensando… Então, fiquei tentando descobrir o que estava pensando sobre ela.
Com uma voz doce e um sorriso de compreensão, disse: Eu sou uma Fada.

Então, dei uma gargalhada que parou bruscamente

Uma fada? Mas pelo som da voz dela, percebi que não era brincadeira.

E ela, compreensiva, continuou deixando claro que a aproximação dela comigo tinha uma função. Então, esperou uns segundos, como se minha gargalhada fosse um bocejo.

E você entra em Estado de Encantamento, não apenas para seu bel prazer. Mas, também porque este é o seu Ser-viço.
Ela separou propositadamente a palavra “ser” da palavra “viço”.

Isso me levou a olhar a tal Fada de outro jeito

Em vez de olhar para sua periferia, para seus olhos, seus belos traços, sua pele, seus lábios… eu a olhei de um modo mais profundo.

Olhei tentando ver se havia transparência em seu corpo. Se eu conseguia ver pelo menos alguma coisa, através dela. Mas não via nada. E, cortando meus pensamentos, disse:

Existem seres humanos cujo Ser-viço é esse. E você é um desses. O seu Ser-viço é ligado à minha linhagem. Tanto o “Viço do seu Ser”, como seu “Projeto de Ser” são ligados à nossa linhagem.

Com isso, a Fada tirou meu foco de sua aparência

Mas como você sabe disso? Perguntei, não mais focando as proporções áureas de seu rosto.

É porque os seres humanos que emitem essa fagulha de luz pelo umbigo, em circuito com o Universo e com essa intensidade, têm o “Projeto de Ser” ligado ao Contágio do Estado de Encantamento.

Porque vocês têm um forte anseio em sentir o Encantamento que os mobilizam a seguir seu “Projeto de Ser”. Associado a um forte anseio de contagiar o Estado de Encantamento a outros humanos.

Apesar de não conhecer suas expressões, a entendi

– Sua forma de interagir com os semelhantes é caracterizada por querer compartilhar o Estado de Encantamento. Ou de querer atuar para o outro ver e sentir o Encanto que existe também na Realidade de vocês.

E concluiu: Portanto, o seu “Projeto de Ser” é ligado ao meu, o de atuar para a evolução de sua espécie, através do contágio do Estado de Encantamento.

Tanto é que a sua busca de descobrir a origem de um problema emocional, só começou em sua vida, alguns meses depois de você entrar em um Estado de Encantamento intenso.

De fato, um “Estado de Êxtase” me levou a isso

– Então, é por isso que você “pulou o muro” de sua realidade para vir falar comigo?
Ela disse que sim, mas para não interromper sua fala, logo continuou…

– Cada ser humano tem seu Projeto de Ser. A ciência de vocês se refere à Código Genético, pois pesquisa os fatos na dimensão de vocês. E a genética é uma das “projeções” do Projeto de Ser, em sua dimensão.

– Eu quase compreendi, Fada…, mas me escapou da compreensão.

Ela me respondeu com condescendência…

– Vou deixar o assunto das outras dimensões do Universo para outra ocasião… então, a interrompi novamente, com um sorriso bem-intencionado.

– Você está dizendo que nós vamos ter uma relação futura, é isso? Ela disfarçou murmurando baixinho, mas eu escutei: “Com o Albert Einstein foi bem mais fácil”. E rapidamente continuou.

– Eu vou exemplificar. O Projeto de Ser contém os dons, assim como o sentido de sua vida, aquilo que dá vontade de você viver. – Nesse momento, parou para ver se entendi.

Na verdade, eu estava encantado com o que ela dizia

– Se sua alma tivesse um megafone, ela sairia em uma camionete pelas ruas, como um vendedor de frutas… Encantamento! Olha o Encantamento! Viva o Encantamento em sua vida!

E, baixando a voz, disse: “Essa junção do sabor de viver com os dons que os humanos trazem na bagagem de sua alma é o que chamamos de Projeto de Ser”.

E o “vendedor de frutas” que você é, entra em Estado de Encantamento na tarefa que mais gosta. A de descobrir cada vez mais “ruas e atalhos” que conduzam pessoas a seu Projeto de Ser.

Eu já não estava mais confuso com as palavras da Fada…

… e pude fazer uma pergunta para entender melhor: “Por que você fala a palavra ‘Serviço’ como se fossem duas palavras? ”

– Para você entender que o verdadeiro Ser-viço de um humano, além de ser o serviço que ele veio fazer aqui, também é algo que estimula o viço de seu próprio ser.

– Ser-viço é algo que se faz para o viço do ser de todos os humanos envolvidos. E como o Projeto de Ser contém os dons e aquilo que dá sentido à vida, então, o humano pode ser produtivo e feliz, ao mesmo tempo.

Neste momento, pensei que ela tinha acabado

Mas foi neste momento que a Fada deu um nó na lógica para chegar onde queria… E cabe a esse humano viver experiências que façam vicejar seu Projeto de Ser e transformá-lo em realidade.

– A atitude de quem segue tal trajeto se chama Cor-agem.
Coragem é a atitude interior para seguir o caminho de experiências que transformam o Projeto de Ser em realidade.

E, antes que eu perguntasse, disse… Cor-agem, é a “agem” do Cor. Da mesma forma que “pilantragem” é a “agem” do pilantra. A ação do pilantra é a pilantragem, a ação do Cor é a Coragem.

Coragem é a ação, o ato que parte do seu coração

– Coragem é agir conforme o clamor do Projeto de Ser que habita seu coração. É usar a energia com que o Universo te nutre e transformá-la naquilo que é a Intenção dele.

– Ser duro e desligar-se do coração não é Cor-agem. Lutar contra outro humano ou contra a vida também não é Cor-agem. Caminhar lado a lado com a vida, sim, é Cor-agem.

Sua voz calou, enquanto eu olhava para o horizonte e via que o sol acabara de se pôr. Ao voltar meu olhar para a Fada, ela já não estava mais lá.

O recado que ela me deixou…

Levantei-me para ir embora, enquanto pensava no quanto a linguagem que a Fada usa é diferente. Tem lógica, mas é diferente. E, antes de dar o primeiro passo, vi um livro no chão.

Na capa, estava escrito “Encantadus”, com letras graúdas. E com figuras coloridas, como os desenhos animados de Walt Disney. Virei a capa e vi uma dedicatória.

“Um dia você vai conhecer meu mundo de corpo e alma”. E abaixo, estava escrito: “Sim, vamos ter uma relação futura”.
Eu só me ative a esta última frase.

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