Para realizar o impossível, precisa sentir a emoção certa espontaneamente

A essa emoção necessária, vou chamar de “emoção certa”, a propósito da frase de Tony Robbins: “Se tiver a emoção certa, você realiza qualquer coisa”.

Mais adiante, vou dizer o que chamo de emoção certa. Mas, agora, vamos começar usando o senso comum, para identificar qual tende a ser o “desejo impossível” das pessoas.

Pelo senso comum, o que é escasso desperta mais demanda e desejo. E isso se aprende no primeiro ano da faculdade de economia.

E em que áreas da vida, há mais escassez e desejo, …

… em nossa civilização ocidental? Começando de baixo para cima do corpo… A parte material, o sexo, a liberdade, o afeto, uma relação amorosa, o reconhecimento…

Então, vou ilustrar o que tende a ser o “desejo impossível” das pessoas na área material-financeira e na área do relacionamento amoroso.

Minha intenção é te mostrar que o “desejo impossível” surge onde há escassez na vida da pessoa. E que é difícil ela sentir essa emoção certa espontaneamente. Mas isso tem jeito.

O impossível de realizar na área material e financeira

Dei um exemplo disso em outro artigo. Aqui, vou resumir. O Pedrinho escutou seu pai dizer à sua mãe: “Fui demitido”. E ela disse: “E agora, como vamos sustentar o Pedrinho? ”

Havia medo na voz dela, e ele sentiu uma Emoção Insuportável de medo de não ser sustentado. A marca dessa emoção gerou consequências catastróficas em sua vida.

Porque foi criado um bloqueio muscular para que ele não sentisse essa emoção de modo intenso e contínuo. Senão, como ele iria viver? Mostro como isso ocorre em o que gera problemas emocionais.

E quais as consequências desse bloqueio muscular?

Como ele foi criado para bloquear a Emoção Insuportável de medo de não ser sustentado, a emoção oposta da segurança material também fica bloqueada. Por quê?

Porque, conforme pesquisas de Charles R. Kelley, autor de “Life Force – The creative process in men and in nature”, as emoções opostas e complementares fluem pelo mesmo trajeto muscular.

Ou seja, ao se formar o bloqueio muscular, não passa aquela Emoção Insuportável nem a oposta de segurança material. E essa é a emoção certa que realiza o impossível.

Além disso, a pessoa vai sentir a emoção errada

O mecanismo do cérebro (o Engrama) que bloqueou essa Emoção Insuportável a faz sentir insegurança material menor, para evitar que o bloqueio muscular relaxe.

Ela vai sentir insegurança material menor, como medo de perder o emprego ou de ser roubado, por exemplo. Ou seja, o Engrama a faz sentir a emoção errada para o que ele quer realizar.

E como faz isso? Criando Diálogos Internos Negativos, como se fossem “filmes internos” nos quais ela acredita. Isso está bem ilustrado em Viver ou Apenas Sobreviver?

Então, além de o Engrama bloquear a emoção certa,

… estimula a pessoa a sentir a emoção errada. Principalmente, quando ela tiver motivo para sentir a emoção certa. Por exemplo, …

… quando surgir para o Pedro uma opção de emprego melhor e ele tiver que decidir deixar o emprego atual. Ele pode sentir muito medo de arriscar, mesmo sendo melhor.

Mas se a Emoção Insuportável for uma dor de perda afetiva, ao se apaixonar e se sentir amado (a emoção certa), o Engrama vai criar Diálogos Internos sobre o medo de perda afetiva.

Agora, já posso te mostrar o que acontece, após…

… e devido a uma Emoção insuportável. Acompanhe na figura. No alto temos a Emoção Insuportável que desencadeia um processo de alterações no emocional da pessoa.

Esse processo começa com a aderência da energia da Emoção Insuportável ao corpo dela. E essa aderência estimula a formação de uma memória, o Engrama.

É como se a Aderência dessa Emoção gritasse para o cérebro: Se não bloquear essa emoção, você morre! Após isso, um desejo passa para a categoria do “impossível”.

E uns morrem, uns desatinam e outros sobrevivem

Pessoas que têm pavor de altura, ao cair do alto, podem morrer de medo, antes de cair no chão. Pessoas que têm uma grande perda afetiva ou financeira podem morrer.

Na copa mundial de futebol, pessoas morrem de ataque cardíaco. Na final Brasil X Uruguai, em1950, 56 brasileiros morreram, devido à emoção de dor e de frustração.

Dentre os que sobrevivem, alguns desatinam, desligam-se da realidade, para não sentir tamanha dor emocional. Para esses, o impossível é viver na realidade onde sentiu a dor.

Chico Buarque criou uma música que mostra isso

Na música “Ela desatinou”, Chico Buarque descreve uma mulher que passou por um sofrimento que a levou a se desligar da realidade, no carnaval.

É um dos jeitos de se sobreviver à catástrofe emocional. Com um Engrama que a desliga da dor emocional, criando Diálogos Internos de outra realidade, a do mundo de cetim, conforme a música.

Ou seja, ela se torna psicótica e se percebe em uma realidade na qual aquela Dor Insuportável não aconteceu. Ela passa a viver no seu mundo de cetim.

E tem o que ocorre com a maioria, ou como diz a música…

… com as pessoas normais que sofrem “normalmente”. Gente que não vive em outra realidade. Mas com o emocional catastroficamente alterado, como mostrei aqui.

E o seu jeito de perceber e sentir a realidade, passa a ser influenciado pelos Diálogos Internos Negativos, cujos temas têm um objetivo bem específico.

Ou seja, o de manter ou reforçar o bloqueio da Emoção Insuportável. E, para isso, seus temas são os que geram emoção semelhante e menos intensa que a insuportável, como mostrei.

Por isso, quem teve uma Emoção Insuportável de dor…

… de perda afetiva, por exemplo, sente com frequência dores semelhantes, embora menos intensas e suportáveis. Isso serve para manter o bloqueio da emoção insuportável.

Isso significa que, criando Diálogos Internos Negativos, o Engrama altera as emoções e sentimentos que a pessoa tem. Você pode ver isso na figura acima.

E, com isso, afeta também o que a pessoa foca. E, em seguida, as crenças da pessoa na área de sua vida afetada pela Emoção Insuportável. Daí vem a crença do “impossível”.

Isso altera o jeito de a pessoa ver a realidade

Portanto, a sua atitude interior e as suas ações são alteradas. E, por fim, como está na figura, a realidade que ela cria em sua vida é também afetada pela Emoção Insuportável.

A realidade que ela cria, devido a toda essa cadeia de alterações, nos parece uma “ironia do destino”. Torna-se impossível ela realizar o que, de fato, mais quer.

Parece ironia do destino, porque a realidade que ela cria em sua vida tende a ser aquilo que a Emoção Insuportável a fez temer, seja a perda afetiva, financeira ou a liberdade.

Devido à cadeia das alterações internas gerada pela…

… Emoção Insuportável, a pessoa vivencia dramas em sua vida e perde boa parte do poder de realizar o que passou a lhe parecer impossível. Por exemplo, uma relação de amor.

Porque ela perdeu o poder de ter o sentimento de ser amada. Já que este passaria pelo mesmo trajeto muscular em que a Emoção Insuportável de perda está bloqueada.

Então, se essa cadeia de alterações gerada no emocional não for revertida, a sua vida tenderá a chegar a uma realidade moldada pela Emoção Insuportável.

E qual tende a ser o final do roteiro da vida de…

… quem é conduzido por uma Emoção Insuportável de dor de perda afetiva? Como a emoção oposta, a de ser amado, também é bloqueada, ser amado torna-se “o impossível”.

E, no final, a tendência é a pessoa criar uma realidade na qual sente a Emoção Insuportável da qual fugiu, por toda a vida. Isso é muito triste.

Mas não tem que ser assim. E eu entrei em uma busca que durou décadas para resolver isso, que parece o enigma da esfinge. E a linguagem que usei aqui, foi a mais amigável que consegui.

O final e todo o roteiro da vida podem ser alterados

É necessário se dedicar a reversão de uma Emoção Insuportável, de cada vez. É necessário saber qual Diálogo Interno deve-se redirecionar para cada Emoção Insuportável.

Isso está explícito neste artigo. E é necessário saber que redirecionar esses Diálogos Internos Negativos, sem antes dissolver a Aderência da Emoção Insuportável não é fácil.

Mas ainda é isso que as técnicas existentes fazem, e enfrentam muita dificuldade. E é com prazer que te digo: nós podemos realizar cada “impossível” que surgiu em nossa vida.