Para o amor não dar certo, é preciso ter as condições para isso. Mas isso não é tão fácil de se perceber. Para dar certo, também precisa ter as condições, mas sobre isso, muito já se falou.
Mas para se perceber o que leva um amor a não dar certo, é mais fácil quando os dois são “bicudos”, porque dois bicudos não se beijam, como diz o ditado.
Saber qual é a condição ou causa que faz o amor não dar certo com dois bicudos, facilita mudar essa condição e acabar muitas dores emocionais, não só dos bicudos.
Não é só na relação de casal que os bicudos não se bicam
Exemplo disso é o que acontecia com duas irmãs. Uma se irritava quando a outra, depois de fechar o carro, tentava abrir de novo, para ver se estava mesmo fechado.
Essa era a Vânia. Já a Myriam se irritava com o desligamento da Vânia. Dava bronca toda vez que a irmã saia de casa, sem trancar a porta da cozinha para o quintal.
Esses conflitos causam problemas em qualquer tipo de relação. Mas com casais podem gerar separações, porque os problemas afetam o item amor e sexo que os une.
Eduardo e Mônica da música do Renato Russo eram bicudos?
Na música “Eduardo e Mônica”, parece que o amor deu certo. Mas eles não eram dois bicudos, apenas eram diferentes e estavam em fases diferentes de suas vidas.
Já um casal que eu conheci de perto, Humberto e Marilene, esses, sim, eram bicudos e eu vou exemplificar com eles.
Neste artigo, você vai ver o que são dois bicudos, por que eles são bicudos e por que eles não se beijam. E vai ver que o amor de dois bicudos pode, sim, dar certo.
Em uma conversa com eles, antevi que iriam se separar
Um dia em que estávamos conversando com alguns amigos, houve uma cena em que eles sequer levantaram a voz. Mas essa cena me acionou um alarme de que o amor iria acabar.
Humberto disse que Marilene costumava jogar fora o tubo de pasta de dente, ainda com pasta dentro. E Marilene disse que ele era muito detalhista e sistemático.
Ela mostrou como ele fazia para economizar pasta de dente. Ele enrolava o tubo quase vazio na haste da escova, até sair o último resto de pasta. Havia crítica no Humberto e ironia, na Marilene.
Era visível que cada um buscava aliados…
… contra o outro. Enquanto Humberto dizia que Marilene não dava atenção aos detalhes, que era muito “desencanada” e que lhe faltava precaução, eu pensava no que motivava essa conversa.
Ficou evidente que cada um estava mais envolvido emocionalmente em mostrar que o outro estava errado, do que em resolver isso, e depois deitarem agarradinhos em casa.
Isso foi o que me fez soar o alarme, pois eles estavam mais envolvidos emocionalmente com esse conflito do que com o amor e sexo entre os dois. E isso acaba o clima do amor.
E o que realmente gera conflitos entre os bicudos?
Imagine uma pessoa que gosta de fazer yoga e meditar morando com alguém que gosta de escutar música alta, enquanto está em casa. A necessidade de um incomoda a do outro.
No caso do casal, Marilene precisava espairecer, afastar da mente os temores e problemas. Já Humberto precisava focar os temores e os problemas, para se defender deles. Por isso, eram dois bicudos.
Aparentemente, cada um tem um jeito de ser que é o oposto do jeito de ser do outro. Mas se fosse um Jeito de Ser, algo genético, não teria como dois bicudos serem um casal.
Mas não é um jeito de ser
É um jeito de funcionar. É o jeito de como o emocional da pessoa passou a funcionar, depois que ela sentiu uma dor emocional ou um medo muito grande, no passado.
E é isso que torna possível uma pessoa transformar-se e livrar-se do “bico” que tem. Porque o bico é fruto do problema emocional criado por uma Emoção insuportável.
Ou seja, o conflito entre dois bicudos é causado por uma mudança “negativa”, ocorrida no emocional deles. Mas essa mudança pode ser revertida se soubermos o que a fez e como desfazê-la.
E qual é o prêmio de se transformar e reverter isso?
Dom Juan DeMarco respondeu isso, no filme:
“O que vale a pena ser vivido e qual é o motivo pelo qual vale a pena morrer? A resposta é a mesma para todas: apenas o amor”.
Por isso, há casais apaixonados que assim viveram por toda a vida. Pois o clima do amor tem encanto, tem paixão, tem afeto e prazer intenso com a presença do outro.
Mesmo assim, muitos dizem “É por que são adolescentes”, “ Deixa eles casarem e você vai ver”… Sobre isso, Dom Juan DeMarco disse: “Por que tantos querem acabar com a glória do amor? ”.
A boa notícia é que há causa para o amor…
… não dar certo. E para o casal sair do clima do amor e de o amor e sexo tornar-se frugal. E não é com a mente nem com o esforço que se resolve isso.
É com uma transformação que acaba a causa e a cadeia de alterações gerada por ela no emocional de cada um. E reverter o processo que gerou a catástrofe no emocional delas.
Humberto, além de não criticar mais o bico que a Marilene deixaria de ter, não teria mais o dele. Ambos teriam uma dupla transformação. Uma em seu emocional e outra em seu jeito de se relacionar.
Sentir uma Emoção Insuportável…
… altera o emocional, altera as emoções que a pessoa sente, cria um medo irracional, tornando-a um bicudo, alguém que tem um bico em direção ao que teme, para se defender.
Sentir uma Emoção Insuportável é a causa que torna alguém um bicudo em alguma área de sua vida, como o Humberto e a Marilene se tornaram, na área do amor.
Então, vamos ver, em resumo, o caminho que vai do momento em que uma pessoa sente uma Emoção Difícil de Suportar até ela se tornar um bicudo. (Artigo que ilustra isso)
O que ocorre ao se sentir uma Emoção Insuportável?
Quando alguém sente uma emoção, há movimento de energia por trajetos musculares. Pois emoção só ocorre quando se movimenta energia por esses trajetos.
Se uma pessoa sente uma emoção que é apenas desagradável, ela passa alguns minutos, algumas horas ou poucos dias ainda se sentindo mal, por causa dela.
Mas, se sentir uma Emoção Difícil de Suportar, a dor emocional é muito grande e a energia dessa emoção adere ao corpo da pessoa. Torna-se uma Aderência Emocional.
E qual a alteração que uma Aderência Emocional gera?
Nosso próprio corpo não resiste a sentir uma Emoção Insuportável por muito tempo. Imagine uma pessoa que tem medo de altura, sentindo medo de morrer, ao saltar de paraquedas.
Será que ela conseguiria ficar sentindo a emoção intensa desse momento por um mês? Sem dúvida que não. Só de sentir por alguns segundos, é capaz de ela desmaiar!
Então, é como se a Aderência da Energia da Emoção gritasse para o cérebro: “Bloqueie imediatamente essa energia, senão você morre! ”
E como o cérebro bloqueia de imediato?
Enviando ordens para tensionar uma parte da musculatura por onde essa energia passa. Mas essa ordem é por tempo indefinido, porque é questão de vida ou morte.
Então, o cérebro aprende em caráter de urgência que essa musculatura tem que ficar tensa. Isso é um aprendizado e todo aprendizado ocorre com a formação de um Engrama.
Engrama é o jeito como o cérebro memoriza algo. Mas esse Engrama torna-se um Foco Gerador de Medo, para a pessoa não relaxar esse trajeto muscular. Eu o chamo de Foco de Medo.
E o Foco de Medo, então, gera medo quando…
… qualquer coisa for “suspeita para ele” de ameaçar a pessoa de sentir aquela Emoção Insuportável. E é isso que torna a pessoa um “bicudo”. Veja isso com Humberto e Marilene.
Humberto sentiu uma dor insuportável e passou a ver e prever o que possa gerar essa dor insuportável. Marilene passou a reagir de modo oposto, evitando perceber o que possa gerar a sua dor insuportável.
Ou seja, o jeito como um se defendia do que temia era o oposto do que o outro precisava para se defender. Por isso, cada um queria que o outro mudasse o seu jeito de se defender.
Ou seja, o bico de um lutava contra o bico do outro
E como isso pode ser solucionado? A maioria das recomendações, dicas e conselhos são para que cada um tente se controlar para o seu bico não bater de frente com o do outro.
Podem até servir para evitar conflitos algumas vezes, mas não solucionam. Ambos precisam se libertar do “bico” que foi criado por uma Emoção Insuportável, no passado.
E o que é necessário para solucionar isso?
Acabar com a cadeia das alterações geradas pela Emoção Insuportável.
Recordando qual é essa cadeia de alterações
A primeira alteração é a formação de uma Aderência Emocional. A segunda é a formação do Foco de Medo, o Engrama que envia ordens para bloquear a musculatura.
A terceira, sobre a qual não falei neste artigo, é a criação de Diálogos Internos pelo Foco de Medo sobre o tema daquilo que a pessoa teme.
Por exemplo, o Humberto poderia ficar pensando na Marilene esquecer de colocar na mala dela um antibiótico que ela ou ele está tomando, quando eles vão viajar.
Então, a estratégia da solução segue dois passos
O primeiro é dissolver a Aderência de Energia daquela Emoção Insuportável. Isso acaba com a necessidade do Foco de Medo. Mas o Engrama do Foco de Medo continua existindo.
Mas ele só permanece existindo, agora, porque se alimenta dos Diálogos Internos que ele mesmo cria. Então, o segundo passo é redirecionar os Diálogos Internos.
Antes de limpar a energia da Emoção Insuportável seria muito difícil redirecionar os Diálogos Internos. Mas, agora, já pode ser feito com mais facilidade.
Ao se libertar dos bicos, tornam-se livres para o amor
Como o amor e a paixão não são uma fase ou algo ideal e não real, o clima do amor retorna e o “amor-e-sexo” deixa de ser frugal. O amor e sexo integrados é mais poderoso (e gostoso!) do que o sexo sem amor.
Se alguém visse Marilene e Humberto em conflito naquela conversa que tivemos com amigos e os visse após uma transformação que acabasse com seus bicos…
Os que já desistiram diriam… Ué, mas o que deu neles?!
Mas os que ainda acreditam na glória do amor, iriam em busca do que transforma o chumbo do conflito no ouro do amor.
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