O seu destino, ou seja, o rumo que sua vida ainda vai tomar já foi alterado várias vezes pelo seu passado. E essas mudanças a que me refiro não são nada boas.
Em um belo poema, Antonio Machado disse: “Caminhante não há caminho, se faz caminho ao andar”. Mas o caminho que você faz depende de como você anda.
E o jeito como você anda em sua vida, construindo seu destino, depende de alguns fatores. O mais importante deles é o tamanho das pedras que você carrega dentro de seu sapato.
Não leve isso ao pé da letra, por favor…
Porque essas pedras que eu, você e quase todos nós carregamos são as marcas do passado. Marcas deixadas em nosso corpo e em nosso emocional, por Emoções Insuportáveis.
Em outros artigos trato disso, como em o que são as emoções e viver ou apenas sobreviver. Neles você entenderá bem porque as marcas do passado alteram nosso andar e nosso destino.
Eu não vou tratar disso neste artigo, pois tenho assuntos também interessantes a tratar sobre o futuro e o seu destino. Então, vamos começar…
Passado e futuro conflitam por nosso destino
Cada um puxa “a sardinha para sua brasa”. O passado te faz sentir medo do que já aconteceu e te faz pensar que pode voltar a acontecer. São aquelas pedras que esmiúço em outros artigos.
Por outro lado, o futuro cria imagens na sua mente, para te fazer sentir emoções que te seduzam pelo que pode acontecer em sua vida, se você acreditar no que ele cria.
Para pessoas conservadoras, o passado tem razão e o futuro é aquele “diabinho” que quer te levar para o caminho do mal. Já quanto ao futuro, eu sou suspeito se falar…
Mas não posso calar, porque é nosso destino que está em jogo
Se olhasse superficialmente, eu diria apenas que os dois lutam para dirigir sua vida. O passado usa a espada do medo e é dramático e autoritário. Por outro lado, o futuro usa a sedução.
O passado quer que você apenas sobreviva e te diz que viver é perigoso. O futuro te mostra tudo que você poderá ser. Mostra o que será a sua vida, se você sair da zona de conforto.
Se eu te disser o que tenho a dizer sobre esse conflito, você vai achar que sou parcial. Mas eu não vou calar. Vou te dizer, mas não sem antes fundamentar…
Pois um experimento que estudamos ainda no…
… curso secundário deixou cientistas de cabelo em pé. É simples. Eles dispararam elétrons com um revólver apropriado, através de um orifício de uma tela, em direção a um anteparo.
Dispararam milhões de elétrons de uma só vez. A caminho do anteparo, como você pode ver na figura acima, eles se chocaram entre si inúmeras vezes.
E esses choques tornam imprevisível o local em que cada elétron se choca com o anteparo. Esse disparo foi repetido diversas vezes, no entanto, o choque dos elétrons no anteparo…
Continuou a formar os mesmos círculos…
… concêntricos, como na figura. Ou seja, o trajeto de cada elétron era imprevisível, por causa dos choques entre eles, mas a chegada deles em seu conjunto era totalmente previsível.
Então, os cientistas passaram a disparar um elétron de cada vez, em vez de milhões de uma vez só. Mas eles continuaram a formar os mesmos círculos concêntricos.
Ou seja, disparando milhões de uma vez, os elétrons se chocavam durante o caminho, e o “desenho” final no anteparo deveria ser imprevisível. Mas não era.
Em todos os disparos, o “desenho” final era igual
Inclusive, disparando-se os elétrons um a um. Por isso, os autores de “Ponto de Ruptura e Transformação” disseram, “de alguma forma extraordinária, eles sabem para onde ir”.
Isso deixou os cientistas de cabelo em pé. As partículas subatômicas em seu conjunto têm em si um “saber” que as dirige para um futuro previsível? Apesar dos eventos imprevisíveis do caminho?
Já que este artigo trata de nosso “destino”, neste momento, podemos perguntar… Será que nosso destino nos leva para um futuro específico e previsível? Ou conosco é diferente? Vamos ver…
O ano era 1971…
Éramos uma turma até grande, moças e rapazes universitários, vários fusquinhas, barracas para acampar, instrumentos de som, inclusive um bongô que levei.
Na praia de Boraceia, litoral norte de São Paulo, a estrada ainda não prosseguia e os fusquinhas atravessaram um riacho. O destino era a praia de Domingas Dias, onde ainda se acampava.
Na bagagem, estava o livro “O Acaso e a Necessidade”, de Jacques Monod, Prêmio Nobel. E, ao lado, a Sandra que depois vim a conhecer melhor.
Com os pés voltados para o mar de Domingas Dias
Deixei a entrada da barraca aberta, pra olhar o mar. Parece que quando se acampa, sempre tem lua no céu. Acendi o candeeiro e comecei a fazer o dever de casa da faculdade.
Jacques Monod falava que as enzimas tinham um formato que, por um misto de acaso e necessidade, se encaixavam perfeitamente em específicas células com as quais era para se encaixar.
Eram pesquisas reais, pelas quais ele ganhou o Prêmio Nobel. Ali, estava falando do acaso e da necessidade cruzando-se para executar um propósito e um provável destino.
E assim se passaram vinte anos…
E, dentro de um taxi, lendo o livro “Ponto de Ruptura e Transformação”, eis que leio algo que me levou para essa noite, acampado em Domingas Dias…
Outro Prêmio Nobel dizendo: Essas descobertas são realmente espantosas… quando nascemos, temos em nosso sistema de anticorpos todas as informações de que vamos precisar…
… em toda a nossa vida para reconhecermos tudo o que possamos vir a encontrar, inclusive coisas que não existem. (Gerald Edelman, Prêmio Nobel em Biologia)
Não entendeu?
Na primeira vez que li, também não quis entender…
Como é que um minúsculo anticorpo de nosso sistema imunológico poderia ser preparado para algo que surgiria no futuro?
Só para encurtar a história… Primeiro, nós tocamos e cantamos muito naquele acampamento em Domingas Dias. E, quando voltei a São Paulo, senti falta de acordar e já pôr os pés na areia.
Segundo, com essas descobertas da Biologia, esses cientistas consideraram que nós e a Natureza temos um “saber” que nos impele para o futuro. Seria isso uma força do destino?
Mas conosco há diferenças
Essas descobertas indicam que essa força para a realização do saber dos elétrons também existe em nós. Mas é criada em nós outra força que resiste à força desse saber.
Essa força é criada em nós ao sentirmos dores físicas e emoções dolorosas Difíceis de Suportar. Pois elas fazem em nós uma alteração catastrófica, que nos dificulta realizar certos propósitos.
Que nos dificulta atingir o anteparo do experimento dos elétrons, como eles atingem. E muitos métodos usados para as pessoas realizarem propósitos não conhecem essa força.
Então, a marca deixada por uma Emoção…
… Insuportável cria em nós uma força que não existe na Natureza e que nos prende ao passado, alterando nosso destino. Porque é um verdadeiro “freio de mão puxado”, que luta contra o impulso do destino vindo daquele nosso “saber”.
Essa força oferece resistência para evitar que se volte a sentir a Emoção Insuportável. Mas, como efeito colateral, dificulta-nos de realizar o propósito correspondente na área dessa emoção.
Então, se a pessoa sentiu uma Emoção Insuportável de dor de perda afetiva, por exemplo, fica difícil ela realizar seu propósito de criar uma relação em que se sente amada.
Mas quais são as consequências disso?
Falta de satisfação de viver, não realizar os propósitos que mais deseja, conflitos, baixa autoestima, ter sentimentos que antes não existiam, como a inveja e o sentimento de solidão.
Mas pode-se acabar isso, revertendo-se os efeitos criados pelas Emoções Insuportáveis. Pois cada uma delas gera o bloqueio da emoção positiva de um propósito que se quer realizar.
E essa reversão tanto serve para a realização de propósitos, ou seja, para recuperar a direção de seu destino, quanto para solucionar problemas emocionais.
E, para solucionar problemas emocionais, também…
… é preciso reverter as marcas deixadas pelas Emoções insuportáveis. Trato disso em vários outros artigos deste blog, por exemplo, viver sem dramas, ilustrado pelo filme Cidadão Kane.
Nós podemos viver sem dramas e problemas emocionais, e resgatar a direção de nosso destino. Não digo isso por otimismo, mas pelos fundamentos expostos em vários artigos.
E pelas transformações dos alunos em grupos e de executivos. O lugar de final feliz não é só em filmes, apesar deste momento de dor no mundo.